• Falsa moralidade
    O curioso nessa história das “pulseiras do sexo” é que, em Curitiba, a vereadora Renata Bueno (filha do ex-prefeito mourãoense Rubens Bueno) emitiu nota se dizendo indignada com a “inversão de valores” que estaria ocorrendo. Para ela, proibir o uso das pulseiras é uma “falsa moralidade”. “Quer dizer que um criminoso agride e estupra uma menina e a culpa é dela?”, questiona a “ex-mourãoense”. É, prendam a pulseirinha!...

    VEJA O QUE RENATA BUENO ESCREVEU
    Tendo em vista as propostas que visam proibir que adolescentes usem determinadas pulseiras de plástico colorido, devido à ocorrência de crimes contra meninas em que os delinquentes teriam alegado uma suposta conotação sexual desses adereços, sinto-me no dever de manifestar a mais profunda indignação e revolta contra essa odiosa inversão de valores.

    Quer dizer que um criminoso agride e estupra uma menina e a culpa é dela? Por esse mesmo raciocínio, daqui a pouco veremos legisladores tentando proibir às mulheres o uso de saias curtas ou biquínis, por exemplo, porque estariam induzindo os homens a violentá-las.

    Essa falsa moralidade esconde um preconceito medieval contra as mulheres e acaba sendo conivente com a violência criminosa que se comete contra elas. Mais do que isso, deseduca a juventude, principalmente os meninos, porque os estimula a julgar que a mulher não tem direito ao seu corpo e à sua vontade.

    Exercer a igualdade e a liberdade em toda a sua plenitude é a melhor escola para que superemos de uma vez por todas essa visão obscurantista e construamos juntos, meninos e meninas, uma civilização verdadeiramente humana.
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