• BRONCA VIRTUAL

    Proibido fumar
    Finalmente, em São Paulo há uma lei que proíbe fumar, exceto nas residências e em locais ao ar livre. A imprensa fez um estardalhaço, como se fosse um furo de reportagem. Todavia, já havia e há lei federal a respeito, há tempo; a diferença está só na multa. A dúvida que fica se haverá rigor e se a impunidade continuará.  O nosso Brasil talvez seja o campeão em impunidade - aos ricos e aos poderosos - a julgar pelas cadeias superlotadas de brancos pobres e afrodescendentes desprovidos de riqueza. Que se puna efetivamente os infratores, todos.

    Há um longo caminho a percorrer. Não devemos aplaudir como quando outrora deleitávamos com a visão de um Papai Noel. Talvez não seja prudente pular diretamente a degraus superiores, desrespeitando os patamares imediatamente acima, mormente se a escada já estiver um tanto fragilizada ou apodrecida. A escada social brasileira está apodrecida por injustiças e impunidades. Primeiro, as cousas primeiras.

    Há coisas que a sociedade não acompanha, quiçá pela não divulgação das informações. Quando há pouco ou nenhum interesse aos poderosos, e quando não há chance de sensacionalismo iminente, pouco se divulga, e um exemplo típico foi o que aconteceu com algo em torno de 50 mil funcionários demitidos injustamente pelo Banco do Brasil, através de planos mirabolantes que incitavam a pedir demissão impensadamente, depois de anos a fio laborando pelo engrandecimento do Banco e da Pátria.

    Dezenas de suicídios, e nada se divulgou ainda! Inclusive, foram prejudicados em planos de previdência privada onde, para efetivar o desmando, houve quem fraudasse o Decreto 81240/78, alterando maliciosamente a interpretação. A Previ, o tal fundo de pensão, está rica e superavitária em dezenas e dezenas de bilhões de dólares, um colosso econômico. Enquanto isso os credores, os demitidos do BB ou já morreram ou estão quase morrendo, na esperança de um dia serem justiçados.

    Que os fumantes entendam a punição da lei para quem a infrinja, mas que a punição não seja só aos fumantes infratores.  Favini – Salvador/BA - favini@oi.com.br

    Sobre a ditadura
    O tema ditadura militar é tema para um longo embate, mas algumas considerações são pertinentes. A primeira delas é que não podemos comparar o hoje com a sociedade de praticamente 40 anos atrás. As condições sócio-econômicas são totalmente diferentes. Há 40 anos o Brasil tinha apenas 90 milhões de habitantes, hoje mais do que o dobro, por achismo podemos inferir então, que no mínimo temos o dobro de “bandidos” hoje.

    Cerca de 60% da população estava empregada na agricultura em 1970, ou seja, as pessoas viviam no campo e desfrutavam no mínimo de comida em abundância, pois tinham uma horta, galinhas, porcos, pomar, faziam um pequeno roçado de arroz e feijão. O que compravam na cidade era muito pouco, assim o pouco dinheiro que ganhavam era suficiente para viver.

    Hoje, não chega a 14% o número de pessoas da população empregada na agricultura. A população está amontoada em casas cada vez menores e quase sem quintal nas periferias das cidades. Emprego para todos não há, o maquinário na indústria parece ter vida própria e se nos anos de 1970 era preciso 20 homens para confeccionar uma mercadoria, hoje a mesma pode ser feita por apenas um, o setor de serviços e o comércio (maiores empregadores hoje) também não andam assim tão bem das pernas.

    Naquele momento os direitos fundamentais do cidadão foram cassados. Qualquer um podia ser preso caso o governo desejasse. Este governava com mão de ferro. Sabendo da rejeição popular o governo gastou fortunas em propagandas visando melhorar sua imagem junto ao povo. Talvez o slogan mais conhecido da época seja: "Brasil, ame-o ou deixe-o".

    Ou seja, “filinho não está feliz com a nova ordem instaurada cai fora, aqui quem manda somos nós!”, e quem assim não fizesse morria, pois, a ditadura não admitia críticas, nem ao menos oposição pacífica. Assim, poucos eram os que tinham peito para contrariar o planejamento do governo, pois tinham medo de ser considerados subversores e morrer.

    Não era a paz que reinava nos anos de 1970, mas o terror. Aqueles que recebem formação para proteger a população, naquele momento tornaram-se seus algozes. O medo era tamanho que milhares e milhares de brasileiros se filiaram ao MDB, por medo de retaliação do governo militar, dentre estes todos os homens adultos de minha família. Flor
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